A Mata Atlântica está ficando mais jovem, e isso é má notícia

Dentre os muitos problemas ambientais que o Brasil enfrentou nas últimas décadas, um deles, pelo menos, parecia estar relativamente bem resolvido: o estancamento da destruição e a recomposição (ainda que lenta) das florestas da Mata Atlântica. Dados de monitoramento por satélite mostram que a cobertura florestal do bioma vem aumentando desde 2005, graças a uma série de iniciativas (tanto por parte do poder público quanto da sociedade civil) de redução do desmatamento e de incentivo à recuperação de áreas previamente desmatadas. Mas o cenário não é tão positivo quanto parece.

Mesmo com esse aumento da cobertura florestal, impulsionado pelo crescimento de novas matas, a derrubada das matas nativas mais antigas continua a ocorrer em níveis alarmantes, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (20 de janeiro), na revista Science Advances. Isso é preocupante porque as florestas mais antigas, ou “maduras”, são as que armazenam mais carbono e abrigam a maior quantidade de espécies nativas do bioma, necessárias para repovoar essas florestas mais novas que ainda estão em fase de crescimento.
 

Reprodução de trecho do texto originalmente publicado por Herton Escobar no Jornal da USP. Leia a versão completa aqui.